SA2.3 - DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E DAS REDES PARA O SUS (TODOS OS DIAS)
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40293 - MORTALIDADE POR COINFECÇÃO TB/HIV NO BRASIL DANIEL SOUZA SACRAMENTO - SEMSA MANAUS, DINAH CARVALHO CORDEIRO - SEMSA MANAUS, MARCOS ANDRÉ DE MATOS - UFG
Apresentação/Introdução A coinfecção TB/HIV possui grande magnitude, com estimativas crescentes de morbimortalidade. A mortalidade representa um marcador de efetividade das estratégias de prevenção e controle de doenças, adicionado a relevância social, clínica, política e econômica da coinfecção TB/HIV, bem como a escassez de estudos sobre a temática.
Objetivos Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por TB/HIV nas Unidades Federativas (UF) do Brasil e Distrito Federal, no período de 2010 a 2019, correlacionando a taxa de mortalidade com indicadores de saúde.
Metodologia Estudo ecológico utilizando dados secundários. A população foi composta por todos os óbitos registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no período de 2010 a 2019, tendo como causa básica TB (A15 a A19) ou infecção pelo HIV (B20 a B24), com registro de TB ou HIV nas causas associadas. Foram utilizadas estatísticas descritivas para descrever o perfil dos pacientes na qual a coinfecção TB/HIV foi listada nas causas da morte. Realizou-se representação gráfica do número de testes HIV distribuídos, casos novos de TB com teste HIV realizados, proporção de teste HIV positivo, proporção de casos de TB/HIV com terapia antirretroviral instituída, em relação à taxa de mortalidade.
Resultados No período foram registrados 12.479.256 óbitos no Brasil. Identificou-se 17.038 óbitos em que TB e HIV foram mencionados nas mesmas declarações de óbito (37,4% dos óbitos por TB e 14,2% dos óbitos por HIV/Aids). A taxa de mortalidade TB/HIV reduziu em 14,12%, saindo de 0,86 em 2010 para 0,74/100.000 habitantes em 2019. Não houve correlação entre o número de testes HIV distribuídos por milhão de habitantes (pxy = 0,153) e proporção de teste HIV realizado entre casos novos de TB (pxy = -0,107) com a taxa de mortalidade. A taxa de mortalidade TB/HIV apresentou correlação positiva com proporção de testes positivos de HIV (pxy = 0,525) e negativa com proporção de TARV instituída (pxy = -0,462).
Conclusões/Considerações As políticas públicas de prevenção da TB/HIV devem ser direcionadas e ajustadas de acordo com o perfil epidemiológico dos municípios e microrregiões, priorizando aqueles de maior magnitude da doença. A aparente redução da mortalidade por TB/HIV no Brasil tende a mascarar as disparidades regionais e a suscetibilidade de determinadas localidades e, portanto, deve ser avaliada com cautela por meio de análises com níveis mais baixos de agregação.
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