SA2.3 - DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E DAS REDES PARA O SUS (TODOS OS DIAS)
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39039 - SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO DO SUS: AVANÇOS E RETROCESSOS QUE AMEAÇAM CONQUISTAS HISTÓRICAS LÍVIA FREIRE VASCONCELOS FARIAS - UFRN, LYGIA MARIA DE FIGUEIREDO MELO - UFRN
Apresentação/Introdução O SUS significou o início do atendimento odontológico amplo na rede pública de saúde, mas expressivos avanços na área ocorreram somente nos anos 2000 e, nesse contexto, a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (2004) tornou-se um grande marco. Contudo, desde 2016 vem ocorrendo uma série de retrocessos na condução de políticas públicas no Brasil que ameaçam conquistas históricas em saúde.
Objetivos Apontar avanços e retrocessos que ameaçam conquistas históricas para a Saúde Bucal no contexto do SUS.
Metodologia O trabalho apresenta um recorte da dissertação de mestrado que analisou o processo de trabalho dos cirurgiões-dentistas da Estratégia de Saúde da Família do município de São José de Mipibu-RN. A revisão de literatura evidenciou a trajetória da Saúde Bucal Coletiva, destacando seus avanços e retrocessos. As reflexões aqui expostas foram coletadas a partir de pesquisas relevantes disponíveis em bases eletrônicas de dados. Para a seleção dos artigos utilizou-se os descritores “Saúde Bucal”, “Atenção Básica”, “Saúde Bucal Coletiva”. A triagem inicial foi realizada com base nos títulos e resumos e após verificação do conteúdo houve a seleção, tentando priorizar as publicações mais recentes.
Resultados Apesar dos expressivos avanços a partir da Política Nacional de Saúde Bucal, todo repertório de conquistas construído até os dias atuais encontra-se ameaçado. Dentre os retrocessos destaca-se: a emenda do teto dos gastos públicos (EC nº95/016); a nova Política Nacional da Atenção Básica (2017) que relativiza a cobertura universal do SUS, se descompromete com o princípio da integralidade e obedece a lógica da oferta mínima de serviços; e o Previne Brasil, que designou um novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Básica, onde os municípios passaram a receber recursos baseados no registro/cadastro de usuários no SUS, e não mais através de dados demográficos/recursos fixos mensais.
Conclusões/Considerações Os novos rumos sinalizam o agravamento do subfinanciamento do SUS e o retorno dos modelos de saúde historicamente excludentes que, inclusive, possibilitam a organização do sistema local sem implantação da assistência odontológica básica, impactando, sobretudo, os usuários que voltam a se distanciar de um dos direitos humanos fundamentais: o de garantia da saúde em sua completude.
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