SA2.1 - DESAFIOS NO CUIDADO E NAS POLITICAS PARA POPULAÇÃOES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
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42638 - ESTUDO DA COLABORAÇÃO INTERSETORIAL NAS AÇÕES DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL A PARTIR DA TEORIA DO ATOR-REDE ANTÔNIO PAULO GOMES CHIARI - UFMG; PBH, VIVIANE ELISÂNGELA GOMES - UFMG, ANNA RACHEL DOS SANTOS SOARES - UFMG, GERALDO CUNHA CURY - UFMG, CLAUDIA REGINA LINDGREN ALVES - UFMG, MARIA INÊS BARREIROS SENNA - UFMG, RAQUEL CONCEIÇÃO FERREIRA - UFMG
Apresentação/Introdução Intervenções integradas e intersetoriais no início da vida têm maior potencial de redução das iniquidades, assegurando melhores oportunidades de acesso aos serviços de apoio ao desenvolvimento infantil. Estudos têm evidenciado a dimensão das interações na colaboração intersetorial. No entanto, há lacunas na compreensão das interações dos atores na produção de redes de colaboração intersetorial.
Objetivos Analisar a colaboração intersetorial na rede de proteção social envolvida na promoção do desenvolvimento infantil em 31 municípios de Minas Gerais, participantes do Projeto Nascente (Universidade Federal de Minas Gerais e Ministério da Saúde).
Metodologia Estudo de caso apoiado nos princípios da teoria do ator-rede, com dados produzidos a partir do Projeto Nascente – capacitação de profissionais da saúde e de outros setores em ações de promoção do desenvolvimento infantil, tendo a colaboração intersetorial como estratégia de articulação e integração das ações. Material produzido por análise documental (ecomapas), observação participante (seminários do Projeto Nascente) e entrevistas (representantes da gestão municipal) foi analisado a partir dos códigos: ligações entre atores; controvérsias e mecanismos de resolução; presença e papel de intermediários e mediadores; alinhamento de atores. O software MAXQDA 2020 foi utilizado nessa análise.
Resultados A codificação do material e seu desdobramento em categorias mostrou uma rede ampla e diversificada, com predomínio de relacionamentos fracos e poucos mecanismos de interação entre setores. As ações, mesmo em projetos ditos intersetoriais, permanecem com concepção setorial. Os relacionamentos com esporte, lazer, cultura e infraestrutura são raros e restritos ao âmbito gerencial. A gestão parece contribuir pouco no processo de estímulo e fomento da interação e da construção coletiva, estando ausente também nas ações do Projeto Nascente. O projeto estimulou a reflexão dos trabalhadores sobre a colaboração intersetorial, promovendo a criação de comitês intersetoriais e ações de apoio matricial.
Conclusões/Considerações Material vasto, pleno de possibilidades interpretativas, foi produzido a partir das fontes de evidências. A análise preliminar já aponta indícios que ajudam a compreender as interações, os recursos e as negociações entre os atores envolvidos. Apesar da aparente fragilidade das ações intersetoriais, há um campo de possibilidades que pode trazer a inovação. E, segundo a teoria do ator-rede, é da existência coletiva que surgem as inovações.
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