SA2.1 - DESAFIOS NO CUIDADO E NAS POLITICAS PARA POPULAÇÃOES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
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41076 - CARACTERÍSTICAS DE GESTANTES RESIDENTES EM BAIRROS COM PADRÕES OBESOGÊNICOS DE UMA METRÓPOLE MONIQUE LOUISE CASSIMIRO INÁCIO - UFOP, OLÍVIA SOUZA HONÓRIO - UFOP, RAFAELA CRISTINA VIEIRA E SOUZA - UFMG, LUANA CAROLINE DOS SANTOS - UFMG, MILENE CRISTINE PESSOA - UFMG
Apresentação/Introdução O ambiente obesogênico pode ser compreendido como o meio que dificulta as escolhas saudáveis favorecendo práticas alimentares inadequadas e o sedentarismo, que na gestação podem estar associados ao desenvolvimento de síndromes hipertensivas, diabetes mellitus gestacional, prematuridade e até macrossomia do bebê.
Objetivos O objetivo do presente estudo foi descrever as características das gestantes de risco habitual de uma metrópole residentes em bairros com padrões obesogênicos.
Metodologia Este é um estudo transversal descritivo que incluiu variáveis de 623 gestantes atendidas em 2018 e 2019 em 2 hospitais de Belo Horizonte. O consumo alimentar foi avaliado por um questionário de frequência alimentar e apresentado em calorias de grupos de alimentos. Dados dos bairros foram analisados através de Análise de Componentes Principais (PCA). O padrão ambiente obesogênico consistiu de: maior número de estabelecimentos de venda predominante de alimentos ultraprocessados, maior criminalidade e maior número de atropelamentos. O escore gerado foi dividido em tercis, sendo o terceiro, o mais obesogênico. A caracterização das gestantes se deu através de frequências, médias e desvio padrão.
Resultados Mais da metade das gestantes possuíam ensino médio completo (66,0%), profissões remuneradas (66,7%) e ganho de peso gestacional (GPG) inadequado (insuficiente ou excessivo) (66,1%). O elevado percentual desse último merece destaque, pois está associado a inúmeros desfechos gravídicos-puérperais adversos. Além disso, 54,8% dessas gestantes não tinham parceiro e a renda familiar média era de R$ 2643,20 (±2018,7). A ingestão diária média de alimentos in natura e minimamente processados foi de 882 kcal (±763), e ultraprocessados 1254 kcal (±669), ou seja, 33,5% e 48%, respectivamente considerando uma dieta de 2629 kcal (±835), valor calórico total (VCT) médio encontrado.
Conclusões/Considerações As mulheres residentes de bairros com perfis obesogênicos apresentaram, dentre outras características, o percentual aumentado de GPG inadequado e de consumo alimentar de ultraprocessados. Tais resultados podem contribuir para desfechos de saúde adversos para mãe e bebê. Denota-se a necessidade de estudos que avaliem a influência do ambiente obesogênico em longo prazo na saúde, além de ações que promovam ambientes mais saudáveis para esse binômio.
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