SA2.1 - DESAFIOS NO CUIDADO E NAS POLITICAS PARA POPULAÇÃOES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
|
40358 - LIBERDADE E ISOLAMENTO: PERCEPÇÃO DE DEPENDENTES DO ÁLCOOL E DROGAS EM TORNO DO TRATAMENTO LEONARDO OLIVEIRA LEÃO E SILVA - ASSOCIAÇÃO PRÓ-VIDA E SAÚDE, CARLOS ALBERTO DIAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, PEDRO HENRIQUE FERREIRA MARÇAL - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE, SUELY MARIA RODRIGUES - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE, FERNANDA MAGALHÃES DUARTE ROCHA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOVERNADOR VALADARES, ELAINE TOLEDO PITANGA FERNANDES - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
Apresentação/Introdução O uso nocivo de álcool e outras drogas tem se tornado um agravo de saúde pública considerado mundialmente endêmico. No Brasil, para acolher os usuários que desenvolvem transtornos em decorrência do uso abusivo, existem diversos modelos de atenção caracterizados por oferecer tratamentos menos invasivos e que priorizam a ressocialização, evitando assim as internações e a exclusão social.
Objetivos Compreender a percepção de dependentes do álcool e drogas sobre a abordagem terapêutica de dois dispositivos da atenção psicossocial especializada.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo de Análise temática e fundamentado teoricamente na abordagem teórico-conceitual do Território. Foram realizadas entrevistas em profundidade com 15 pessoas de ambos os sexos e maiores de 18 anos que possuíam a experiência de cuidado de dois dispositivos de atenção especializada (CAPSad e Comunidade terapêutica – CT, selecionados após formação de perfis). Todas as entrevistas foram gravadas e em seguida transcritas. Os dados foram apurados utilizando a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin, após definição da temática “sentimento em relação ao tratamento da dependência química em um modelo de atenção psicossocial aberto e fechado”.
Resultados Os resultados das categorias temáticas demonstraram que os usuários percebem a CT como um modelo de atenção que utiliza técnicas de “Isolamento e Privação de liberdade”, que levam à sensação de “Abandono e Descaso”, no entanto acreditam que a CT, em um momento inicial, oferece “Proteção para evitar recaída”, já que ela evita a aproximação com o território vivido do usuário. Quanto ao CAPSad, os usuários percebem o serviço como um modelo de atenção que promove um território de “Liberdade e Proximidade com a família”, além de ofertar uma “Rede de apoio profissional” para auxiliar durante os momentos de recaída em relação ao uso de substancias psicoativas.
Conclusões/Considerações Foi observado percepções positivas e negativas sobre os modelos de tratamento da RAPS, no entanto, o sentimento de pesar em relação ao período de isolamento e desvinculação territorial ligados à CT, atestam a maior importância atribuída pelos assistidos ao CAPSad. Embora sejam relevantes todos os dispositivos presentes na RAPS, maiores investimentos devem ser empreendidos em modelos que mantenham o direito de escolha e liberdade dos usuários.
|