SA2.1 - DESAFIOS NO CUIDADO E NAS POLITICAS PARA POPULAÇÃOES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
|
39342 - FATORES RELACIONADOS AO ABANDONO DO TRATAMENTO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES MENORES DE 15 ANOS NO BRASIL ALMIR GABRIEL DA ANUNCIAÇÃO PASSOS - FPME, TAYNÁ MIKAELY MARQUES MIRANDA - FPME, SAMILLE BARROS TEIXEIRA - FPME, VIVIANE SILVA DE JESUS - ISC/UFBA, JÉSSICA BARBOSA RAMOS BANDEIRA SENA - PPGENF/UERJ, MARÍLIA SANTOS DOS ANJOS - ISC/UFBA
Apresentação/Introdução A Tuberculose (TB) é uma doença causada pelo Mycobacterium Tuberculosis e é um problema de saúde pública global. Fatores de risco, como o abandono do tratamento, conferem prognósticos ruins. Entretanto, há otimismo no Brasil, onde, se progressivamente forem resolvidos os fatores de risco para o abandono, presume-se que há a possibilidade de evitar mais de 7 mil óbitos até 2035.
Objetivos Dessa forma, sabendo da relevância da TB como um problema de saúde pública, este estudo objetivou analisar os fatores relacionados ao abandono do tratamento em crianças menores de 15 anos no período de 2013 a 2018.
Metodologia Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva com todos os menores de 15 anos notificadas com TB no Sistema de Informações de Agravos e Notificação entre 2013 e 2018. Foram incluídas apenas as crianças que tinham como desfecho de tratamento cura ou abandono. As variáveis do estudo foram sexo, faixa etária, raça/cor, modo de entrada, forma clínica, contatos registrados e examinados, Tratamento Diretamente Observado e HIV. A análise dos dados se deu através da regressão de Poisson com variância robusta. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA sob o parecer nº 5.280.812. Para as análises foi utilizado o programa Stata v12.0 para Windows.
Resultados Quanto à caracterização dos participantes, 51% eram do sexo masculino, 40% tinham entre 10 e 14 anos e 46% eram pardos. 91% eram casos novos e 41% fizeram Tratamento Diretamente Observado (TDO). Metade da população teve até 5 contatos registrados e examinados. Sobre coinfecção TB-HIV, 3% deles testaram positivo e 33% dos participantes não foram testados. Aproximadamente 10% da população do estudo abandonou o tratamento. Esteve associado ao abandono de tratamento: idade menor de 1 ano [RR:1,98 (IC95%: 1,56 - 2,51)], ingresso após abandono, recidiva após cura e transferência [RR: 2,45 (IC95%: 2,05 - 2,93)] em comparação com os casos novos e HIV positivo [RR: 3.10 (IC95%: 2,36 - 4,06)].
Conclusões/Considerações A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza taxas iguais ou superiores a 85% para cura da doença e que as taxas de abandono de tratamento sejam inferiores a 5%. Entretanto, nosso estudo encontrou o dobro da taxa estabelecido pela OMS, tendo como principal fator de risco o HIV. Sendo assim, é importante reforçar ações que minimizem o risco de abandono de tratamento, sobretudo em crianças.
|