24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC1.10 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS II |
39871 - ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS DE SANTA CATARINA: BARREIRAS RELATADAS MARIA EDUARDA COELHO CORDEIRO - UFSC, HELOÍSA NUNES ZARDETO - UFSC, BRUNA MASCARENHAS SANTOS - UFSC, SABRINA LEAL PSCHEIDT - UFSC, TAUANA PRESTES SCHMIDT - UFSC, ROGER FLORES CECCON - UFSC, IONE JAYCE CEOLA SCHNEIDER - UFSC
Apresentação/Introdução O câncer continua um desafio para o serviço público de saúde devido a elevada morbimortalidade. Conhecer a trajetória assistencial percorrida pelo paciente, itinerário terapêutico, incluindo diferentes níveis de complexidade, desde exames diagnósticos até concepções individuais e religiosas, faz-se essencial para a otimização do cuidado individualizado.
Objetivos Investigar quais são as barreiras de acesso relatadas no itinerário terapêutico dos pacientes oncológicos do estado de Santa Catarina.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas a pessoas com diagnóstico de câncer, a partir da Rede de Controle do Câncer em Santa Catarina (RECAN/SC). Foram entrevistados 78 indivíduos, de ambos os sexos, que tiveram diagnóstico oncológico nos últimos 10 anos, que acessam as ONGs participantes da RECAN, ou foram indicadas por elas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com questões abertas, realizadas por telefone ou plataformas de conversa online, durante o ano de 2021. As narrativas foram analisadas em três etapas: pró-análise e transcrição; exploração do material e categorização analítica; tratamento dos dados e interpretação.
Resultados Identificaram-se quatro subcategorias frequentes nos relatos dos participantes. A primeira retrata diretamente as barreiras gerais que são derrubadas após o diagnóstico da doença, com a priorização que a pessoa passa a ter após ser inserida no “Mundo do Câncer”. A segunda aborda a barreira temporal, as esperas e prazos para os procedimentos pós diagnósticos e a sua repercussão psicoemocional. Já a terceira evidencia a barreira humana, ilustrada por meio da violência institucional enfrentada por alguns pacientes. A última, a barreira geográfica, regionalização e burocratização dos serviços disponíveis no estado e a alterações de rotina do paciente e seus familiares em virtude disso.
Conclusões/Considerações Evidencia-se descobertas e angústias que entremeiam a jornada da pessoa que recebeu o diagnóstico de câncer. A partir dos relatos é possível identificar pontos de grande fragilidade no sistema de saúde disponíveis a esses pacientes no estado, tais quais as longas filas de espera por procedimentos, a descentralização dos níveis de complexidade de serviços ofertados, e a falta de empatia por parte de alguns profissionais durante seus atendimentos.
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