24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC1.9 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS I |
44656 - DESPESAS FAMILIARES COM ALIMENTOS E SUA RELAÇÃO COM INSEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL. MICHELE RIBEIRO SGAMBATO - UFF, LÍVIA GOMES OLIVEIRA - UFRJ, JULIANA LIGNANI - UFRJ, ROSANA SALLES COSTA - UFRJ
Apresentação/Introdução A insegurança alimentar (IA) é um grave problema no Brasil e no mundo. Evidências apontam o aumento da fome em quase todos os continentes nos últimos anos, o que representa uma violação do direito humano à alimentação adequada. De acordo com a PNAD realizada em 2013, a prevalência de IA foi de 22,6% nos domicílios brasileiros, dos quais 3,2% representam domicílios que convivem com IA grave.
Objetivos O objetivo foi avaliar os gastos com alimentação de acordo com os níveis de insegurança alimentar das famílias brasileiras.
Metodologia Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares Brasileiros (2017/2018) foram utilizados com uma amostra nacionalmente representativa de participantes da pesquisa domiciliar (n= 52.917). A pesquisa utilizou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para estimar Insegurança Alimentar (IA) que permite classificar as famílias/domicílios nas 4 categorias: 1) Segurança alimentar (SA) ; 2) IA leve (IAL) ; 3) IA moderada (IAM) e 4) IA grave (IAG). A regressão de Poisson foi utilizada para estimar razões de prevalência (RP) para avaliar a associação de diferentes níveis de insegurança alimentar com a aquisição de alimentos.
Resultados O nível mais grave de insegurança alimentar foi caracterizado por menor renda per capita e maior proporção de chefes de família autoclassificados com raça/cor não branca e menor escolaridade. As famílias com IAG estiveram positiva e significativamente associadas a menor aquisição de frutas (RP = 0,37; IC 95% 0,30-0,45), verduras e legumes (PR = 0,50; IC 95% 0,42-0,59) e queijo (RP = 0.20; IC 95% 0.15 - 0.26) e apresentaram associação negativa com aquisição de alimentos não saudáveis, com exceção de carnes processadas (RP = 1,59; CI 95% 1,29-1,98).
Conclusões/Considerações Os resultados revelam grandes desigualdades na aquisição de alimentos entre os níveis de insegurança das famílias. O conhecimento de como os níveis de insegurança alimentar influenciam o padrão de aquisição de alimentos é importante como subsídio para o estabelecimento de políticas públicas que contribuam para a redução da fome e desigualdades sociais que podem impactar nos padrões de compra e acesso a alimentos.
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