Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC1.6 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES COM A EPIDEMIOLOGIA II

39887 - OBESIDADE ABDOMINAL DINAPÊNICA EM IDOSOS E FATORES ASSOCIADOS: DADOS DO ELSI-BRASIL
TATIANE MELO DE OLIVEIRA - UNICAMP, FLÁVIA SILVA ARBEX BORIM - UNICAMP, PRISCILA MARIA STOLSES BERGAMO FRANCISCO - UNICAMP, LIDIANE BARBOSA SANTIAGO - UNICAMP, DANIELA DE ASSUMPÇÃO - UNICAMP


Apresentação/Introdução
O aumento da proporção de idosos na população brasileira torna premente a necessidade de investigar os principais eventos que afetam esse segmento etário. Entre esses eventos destaca-se a ocorrência simultânea de obesidade abdominal e dinapenia (diminuição de força muscular), que pode ocasionar graves riscos à saúde e à vida dos idosos.

Objetivos
Estimar a prevalência de obesidade abdominal dinapênica em idosos segundo características sociodemográficas, autoavaliação de saúde, comportamentos relacionados à saúde e número de doenças crônicas não transmissíveis.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal realizado com os dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2015/2016). Foram estudados idosos com 60 anos ou mais (n=5.432). A obesidade abdominal foi definida pela razão cintura-estatura com ponto de corte estabelecido para idosos brasileiros (RCE ≥ 0,55) e, a dinapenia, pela força de preensão manual < 27 kg para homens e < 16 kg para mulheres, segundo o Consenso do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP, 2019). A coocorrência das duas condições foi definida como obesidade abdominal dinapênica (OA/D). Razões de prevalência (RP) ajustadas foram estimadas por meio de regressão de Poisson.

Resultados
A obesidade abdominal atingiu uma prevalência de 71,7% (IC95%:70,0-73,3) e a dinapenia 30,7% (IC95%:28,1-33,3). A prevalência de OA/D foi de 21,7% (IC95%:19,9-23,6), maior nos idosos com 70 a 79 anos (RP=1,76) e 80 anos ou mais (RP=2,66) em relação aqueles com 60 a 69 anos, nos que avaliaram o estado de saúde como regular (RP=1,18) e ruim/muito ruim (RP=1,41), nos que apresentavam uma ou duas doenças crônicas (RP=1,24) e três ou mais (RP=1,41). Menores prevalências de AO/D foram observadas nos idosos mais escolarizados (≥ 9 anos versus nunca estudou: RP=0,79), nos que praticavam atividade física nos níveis recomendados (RP=0,87) e nos fumantes (RP=0,77).

Conclusões/Considerações
Idosos mais velhos, com baixos níveis de autoavaliação de saúde e com doenças crônicas apresentaram prevalências mais elevadas de obesidade abdominal dinapênica. Os resultados revelam a importância de ações de saúde voltadas à prevenção da coocorrência de obesidade abdominal e dinapenia.