Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC1.4 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES ENTRE A VIGILÂNCIA POPULAR E OS RISCOS AMBIENTAIS

43262 - PESCADORAS E PESCADORES ARTESANAIS EM DEFESA DA VIDA E DO RIO JAGUARIBE: UMA EXPERIÊNCIA EM VIGILÂNCIA POPULAR
FERNANDO FERREIRA CARNEIRO - FIOCRUZ CEARÁ, LUIZ RONS CAÚLA DA SILVA - FIOCRUZ CEARÁ, ANA CLÁUDIA DE ARAÚJO TEIXEIRA - FIOCRUZ CEARÁ, CAMILA BATISTA SILVA GOMES - FIOCRUZ BRASÍLIA E CPP, OSCARLIRIO CARNEIRO ALBUQUERQUE - CPP, ANP E ASMS, MARIA ELIENE PEREIRA DO VALE - CPP, ANP E ASMS


Apresentação/Introdução
Experiência em vigilância popular da saúde, ambiente e trabalho (VPSAT), selecionada por meio de um Participatório em Saúde. Denominada “Pescadoras e pescadores artesanais em defesa da vida e do Rio Jaguaribe: uma experiência em vigilância popular”, a experiência traz o protagonismo popular na defesa da vida frente aos impactos causados, em especial, pelo derramamento de petróleo e pela Covid-19.

Objetivos
Visitar e conhecer a experiência selecionada pelo Participatório e elaborar um plano de ação de VPSAT voltado para os problemas do território.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa-ação, tendo sido realizada em 10/06/ 2022, visita a Fortim-CE, para vivência no território da experiência e uma oficina com 33 atores locais: pescadoras, pescadores, representante de entidade atuante no território pesqueiro, para análise da experiência a partir do olhar dos participantes, que foram divididos em cinco grupos, os quais percorreram cinco trilhas para discutir e dialogar sobre a experiência, a partir de questões problematizadoras. As reflexões sobre a experiência foram desenhadas em uma mandala e compartilhadas em plenária. Foi elaborado um plano de ação considerando as principais dificuldades, conquistas e como expandir e dar continuidade a experiência.

Resultados
A experiência de VPSAT dos pescadores(as) consiste na realização de ações para proteger a água, os mangues, observar a morte dos mariscos e peixes; para não tirar o marisco poluído; para vigiar e não deixar que o território seja invadido. A experiência também compreende: manifestações, rodas de conversa, luta por direitos, abaixo-assinado, encontro de grupos, reuniões, união e resistência. As cinco ações prioritárias para o plano de ação foram: luta por direitos e pela terra; reconhecimento das doenças ocupacionais das mulheres; análises da água, alimentos, peixes, sururu e búzios, que estão desaparecendo do rio Jaguaribe; intercâmbio entre as experiências de VPSAT.

Conclusões/Considerações
Embora na vigilância popular o protagonismo seja dos atores e atrizes locais, a relação com os pesquisadores e o SUS pode fortalecê-la. Contudo, nota-se dificuldades no acesso dessa experiência ao SUS. Além disso, os impactos ambientais por derramamento de óleo e pela carcinicultura tem colocado em risco a continuidade do trabalho dos pescadores e pescadoras artesanais e causado insegurança alimentar e hídrica para essas pessoas.