22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC1.3 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES ENTRE GÊNERO, RAÇA E OS PROCESSOS DE VULNERABILIZAÇÃO |
40266 - AS RELAÇÕES E PERCEPÇÕES SOBRE SAÚDE E TERRITÓRIO SOB O OLHAR DE MULHERES QUILOMBOLAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS AGDA MARINA FERREIRA MOREIRA - INSTITUTO RENÉ RACHOU - FIOCRUZ MINAS, PRISCILA NEVES SILVA - INSTITUTO RENÉ RACHOU - FIOCRUZ MINAS, LÉO HÉLLER - INSTITUTO RENÉ RACHOU - FIOCRUZ MINAS
Apresentação/Introdução Os remanescentes de quilombos passaram a ser inseridos no âmbito das políticas públicas sob o aspecto da diferenciação étnica. Com destaque às relações com o território, as mulheres apresentam-se como agentes de manutenção do espaço físico e simbólico, expressando aquilo que definimos por saúde-território, bem como os não acessos e as estratégias que se estabelecem nestes espaços.
Objetivos Verificar a compreensão que as mulheres quilombolas possuem sobre saúde e território, a partir de seus saberes, das relações de territorialidade e das trajetórias coletivas na defesa e manutenção de seus territórios.
Metodologia Os quilombolas são marcados pelas relações territoriais constituídas e pela subjetividade, mais do que quantificar e elencar os acessos e não acessos, ao pensarmos em saúde da população quilombola é indispensável considerar a compreensão que seus sujeitos têm de saúde e quais suas relações e imbricações com o território.
Para tanto, a observação participante e a entrevista semiestruturada foram adotadas como método de coleta das informações presentes na vivência e nos processos de territorialidade de mulheres, a fim de compreendermos seus papéis, demandas e práticas que dialogam tanto com as ausências, mas também com as estratégias de manutenção sociocultural.
Resultados A partir da análise preliminar de entrevistas realizada com sete mulheres quilombolas, sobretudo lideranças, de diferentes regiões, foi possível identificar alguns aspectos importantes: a) Apesar de estarem localizadas em territórios distintos, foram identificados aspectos comuns nas entrevistas, tanto no que diz respeito às práticas, quanto às demandas;
b) a saúde da mulher quilombola é tratada de forma superficial pelo serviço público local;
c) A saúde quilombola não pode ser tratada sem considerar a dinâmica de cada território;
d) Os saberes e práticas de saúde são aspectos presentes e mantenedores da saúde das comunidades;
e) Emergência em se reconhecer a saúde quilombola como modalidade.
Conclusões/Considerações A exclusão é um aspecto que marca o acesso aos serviços de saúde de comunidades quilombolas, ainda muito precarizadas e invisibilizadas pelo estado de Minas Gerais, o que demonstra o racismo institucional em vigência. As dificuldades de acesso identificadas de forma preliminar somente são amenizadas pelas práticas de saúde e cuidado reproduzidas nos territórios, com destaque à atuação das mulheres, sendo saúde e território indissociáveis.
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