Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC1.2 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES COM A NUTRIÇÃO

41989 - EXCESSO DE PESO, INSEGURANÇA ALIMENTAR E AMBIENTE ALIMENTAR NÃO SAUDÁVEL EM UMA ÁREA METROPOLITANA BRASILEIRA: UM CASO DE SINDÊMIA?
JULIANA SOUZA OLIVEIRA - UFPE, RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES - UFAL, RICARDO ALMENDRA - UC, PEDRO ISRAEL CABRAL DE LIRA - UFPE, NATHÁLIA BARBOSA DE AQUINO - UFPE, NATHALIA PAULA DE SOUZA - UFPE, VANESSA SÁ LEAL - UFPE, EMILIA CHAGAS COSTA - UFPE, FERNANDA CRISTINA DE LIMA PINTO TAVARES - UFPE, PAULA SANTANA - UC


Apresentação/Introdução
O sistema alimentar vai além do fato de comer. Relaciona-se com resultados que o consumo gera na saúde e nutrição das pessoas, repercutindo na segurança alimentar e nutricional. Um ambiente alimentar não saudável, em contexto de alta vulnerabilidade social, pode impactar nas práticas alimentares, aumentando o risco de resultados adversos de saúde, como o excesso de peso e insegurança alimentar.

Objetivos
Avaliar a associação do ambiente alimentar, comunitário e do consumidor, no excesso de peso entre adultos da Região Metropolitana do Recife (RMR), Brasil e discutir os resultados à luz da teoria sindêmica.

Metodologia
Estudo transversal, com dados em nível individual, do ambiente alimentar e da vizinhança, na RMR/2019. Foram coletados informações de: 446 indivíduos, ambos os sexos, 20 e 59 anos de idade; 231 lojas de alimentos situadas no buffer de 1,6Km; e dados censitários (renda média e número de pessoas com escolaridade). Foram consideradas medidas do ambiente alimentar comunitário (tipo e densidade de lojas) e consumidor (disponibilidade e localização de alimentos in natura e ultraprocessados em check-stand). Regressão multinível avaliou modelos de associação entre excesso de peso e ambiente alimentar, ajustados pelas características individuais (insegurança alimentar, dentre outras) e da vizinhança.

Resultados
A frequência de excesso de peso e insegurança alimentar foi elevada, 70,9% e 72%, respectivamente. Cada participante possuía, em média, 20,64±5,78 lojas de alimentos em seu ambiente alimentar, sendo a maior densidade de lojas que comercializavam predominantemente alimentos ultraprocessados (AUP). Pessoas que vivem em um meio com maior densidade de lojas que vendem predominantemente AUP (OR=1,92; p<0,05), com a maior média de AUP vendidos no check-out (OR=2,19; p<0,05), com maior média de refrigerantes disponíveis nas lojas (OR=1,68; p<0,05) e disponibilidade de biscoito recheado (OR=2,26; p<0,01), tiveram a maior probabilidade de ter excesso de peso.

Conclusões/Considerações
O ambiente alimentar esteve associado ao excesso de peso, após controle de fatores individuais, e sugere-se que haja uma sindemia alimentar entre excesso de peso e insegurança alimentar, níveis mais graves, influenciados pelo ambiente alimentar. Nesse sentido, é fundamental a adoção de políticas públicas que considerem além dos aspectos individuais, os determinantes sociais, territoriais e estruturais da alimentação saudável e sustentável.