Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC1.1 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES COM A POPULAÇÃO INDÍGENA

43571 - LUTA PELA DEMARCAÇÃO DO TERRITÓRIO INDÍGENA ANACÉ E PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LAGAMAR DO CAUÍPE, CEARÁ: UMA EXPERIÊNCIA DE VIGILÂNCIA POPULAR
ANA CLÁUDIA DE ARAÚJO TEIXEIRA - FIOCRUZ CEARÁ, FERNANDO FERREIRA CARNEIRO - FIOCRUZ CEARÁ, PAULO RUBENS BARBOSA FRANÇA - MOVIMENTO INDÍGENA ANACÉ, SAULO DA SILVA DIÓGENES - UFC E UNILAB, LUIZ RONS CAÚLA DA SILVA - FIOCRUZ CEARÁ, FLORA VIANA ELIZEU DA SILVA - FIOCRUZ CEARÁ, ANA REGINA BARBOSA - GEREB/EFG, FRANCISCO JOSÉ BARBOSA - FIOCRUZ CEARÁ, RICARDO WAGNER TEIXEIRA FERNANDES - FIOCRUZ CEARÁ, FRANCISCO MARCELO DE OLIVEIRA RIBEIRO FRANÇA - MOVIMENTO INDÍGENA ANACÉ


Apresentação/Introdução
Experiência selecionada pela pesquisa-ação sobre “Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho (VPSAT): comunidades, SUS e pesquisadores na defesa da vida de populações vulnerabilizadas por meio de um participatório”, desenvolvida pelos indígenas Anacé, movimento indígena, pescadores, agricultores e comunidades frente aos impactos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Caucaia-CE.

Objetivos
Reconhecer e vivenciar o território onde se realiza a experiência de VPSAT “Luta pela demarcação do território indígena Anacé e preservação da APA do Lagamar do Cauípe” e elaborar plano de ação de VPSAT voltado para os problemas do território.

Metodologia
Pesquisa-ação cuja atividade de campo para acompanhamento da experiência no território do Cauípe ocorreu em 20 e 21/05/2022. No primeiro dia, foi realizado um percurso pelo território e, no segundo dia, uma oficina com 29 pessoas distribuídas em cinco grupos que percorreram cinco trilhas para a análise da experiência de VPSAT, a partir de questões orientadoras. As reflexões foram compartilhadas em plenária e expressas artisticamente em uma mandala de tecido. Elaborou-se um plano de ação com base nas dificuldades enfrentadas e como elas foram ou poderiam ser superadas, nas conquistas alcançadas e sobre o que pode ser feito pela comunidade e o poder público para a defesa da vida no território.

Resultados
A VPSAT compreende o fechamento de estradas contra os impactos do “progresso” sobre as aldeias indígenas, o acampamento às margens do Rio Cauípe pela não retirada da água para a siderúrgica, as audiências públicas. Comunidades junto com a academia e ONGs realizam a VPSAT por respeito à natureza; preservação do território e dos costumes; melhoria de vida, saúde, educação, cultura e espiritualidade e, pelas gerações presentes e futuras. Apontam a falta de diálogo com o SUS. No plano de ação priorizaram: união e participação da comunidade, denúncias em redes sociais e abaixo-assinado para os vereadores; demandas ao poder público sobre saúde, infraestrutura, saneamento básico e água encanada.

Conclusões/Considerações
Observa-se o protagonismo do povo indígena Anacé na construção da experiência de VPSAT, no que se refere à geração dos dados sobre a retirada da água do Rio Cauípe, por meio de monitoramento participativo com o uso de tecnologias acessíveis com produção de conhecimento compartilhado. A experiência é realizada em articulação com a academia, o movimento indígena e entidades da sociedade civil. Entretanto, há dificuldades na articulação com o SUS.