Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.6 - PRODUÇÃO DE VÍNCULO E CUIDADO NAS EQUIPES DE APS

42687 - CUIDADOS RESPONSIVOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA E VULNERABILIDADE SOCIAL EM MUNICÍPIOS MINEIROS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
MARIA INÊS BARREIROS SENNA - UFMG, GERALDO CUNHA CURY - UFMG, ANTÔNIO PAULO GOMES CHIARI - UFMG, ANNA RACHEL DOS SANTOS SOARES - UFMG, VIVIANE ELISÂNGELA GOMES - UFMG, CLAUDIA REGINA LINDGREN ALVES - UFMG, RAQUEL CONCEIÇÃO FERREIRA - UFMG


Apresentação/Introdução
A promoção do desenvolvimento infantil (DI) integral é uma ação estratégica para o desenvolvimento humano e melhoria das condições de vida. A Organização Mundial da Saúde por meio do Modelo internacional Nurturing Care preconiza a oferta integrada de ações de saúde, nutrição, educação infantil, proteção e segurança e cuidados responsivos. Ambientes familiares mais estimulantes favorecem o DI.

Objetivos
Este estudo avaliou a associação entre Indicadores de Cuidados Responsivos (ICR) na primeira infância e variáveis contextuais da família.

Metodologia
Estudo exploratório em amostra não probabilística de crianças < 36 meses residentes nos territórios de ESF em 31 municípios mineiros. Dados foram coletados por profissionais das ESF por meio de entrevista domiciliar com responsável pela criança. Os ICR abordam uma variedade dos estímulos e atividades de interação com a criança, cuja soma resulta no escore de Cuidados Responsivos de 0 a 17. As variáveis contextuais foram: idade, escolaridade, situação laboral da mãe, sintomas depressivos maternos, classificação socioeconômica, recebimento de benefícios sociais e consumo de bebidas alcoólicas na família. Associações foram investigadas por Modelo de Regressão de Poisson.

Resultados
Participaram 3157 responsáveis por crianças, sendo, a maioria, mães (84,7%). As atividades de estimulação mais frequentes foram brincar (95,4%), passear (93,2%) e cantar músicas (87,9%). Apenas 42% dos responsáveis liam para as crianças. O escore médio de cuidados responsivos foi de 10.56± 4.25. Maior escore de cuidados responsivos foi observado entre mães adultas (β: 0,16, 95%IC 0,09;0.23), que concluíram o ensino médio (β: 0,06, 95% IC 0,03;0.09) ou superior (β: 0,14; 95%IC 0,08;0.19). Crianças filhas de mães de classe social D/E (β: -0,06, 95%IC -0,09; - 0.02) e desempregadas (β: -0,06, 95%IC -0,10;-0.03) apresentaram menores escores de cuidados responsivos.

Conclusões/Considerações
Estudo revelou que padrões inadequados de responsividade são mais frequentes em famílias socialmente vulneráveis. Fortalecimento da parentalidade positiva é ação essencial em ambientes de pobreza visando mitigar os efeitos adversos sobre o DI. Políticas intersetoriais devem abranger ampliação das oportunidades de escolarização formal das famílias e de acesso às ações de esporte, lazer e cultura e de informações sobre o DI nos territórios.