21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.4 - DISPUTAS NOS MODELOS DE APS: EQUIPES, TERRITÓRIOS E CUIDADO |
44623 - AGENTES COMUNITÁRIAS/OS DE SAÚDE ONTEM E HOJE: RESGATANDO O FAZER SAÚDE EM COMUNIDADES ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO POPULAR DE PAULO FREIRE JÚLIA IRENO DI FLORA - UPE, GUILHERME RICARDO PEREIRA SANTOS - UPE, THALITA ANALYANE BEZERRA DE ALBUQUERQUE - UPE, WANESSA DA SILVA GOMES - UPE
Período de Realização As oficinas aconteceram entre abril de 2021 e maio de 2022.
Objeto da experiência Agentes comunitários de saúde da zona urbana do município de Garanhuns-PE.
Objetivos Compreender as grandes problemáticas impostas ao processo de trabalho da/o ACS com o desmonte da Estratégia de Saúde da Família em curso no Brasil desde o pós-golpe de 2016 e resgatar o fazer saúde não doença-dependente.
Metodologia Foram realizadas rodas de conversa de viés freiriano, estimulando a participação dos trabalhadores e valorização de suas vivências, com ACS de 20 equipes de Saúde da Família da zona urbana de Garanhuns-PE. Nesses espaços, fazia-se memória à construção do conceito constitucional de saúde e do SUS e destacava-se o início do programa dos Agentes Comunitários de Saúde, estimulando entre as/os participantes o relato de suas primeiras vivências como trabalhadores do SUS.
Resultados As/os ACS apontaram o quanto a proposta do trabalho da categoria construída nos anos 2000 é diferente das atribuições dadas hoje, sobretudo no tocante à centralização do processo de trabalho em indicadores de doença e distanciamento da promoção da saúde. Outra grande queixa diz respeito ao adoecimento mental provocado pela cobrança de bater metas, desvalorização e silenciamento da categoria junto às gestões municipais.
Análise Crítica Percebe-se um giro em relação às demandas atribuídas aos ACS, assim como um desmonte da proposta inicial da Estratégia de Saúde da Família, que era voltada para a promoção de saúde e prevenção de doenças no território existencial dos sujeitos e coletivos. Com o advento do Previne Brasil, o fazer Saúde da Família ficou mais tecnicista e, não obstante, a hipervalorização da Atenção Especializada põe em xeque a prevenção e a promoção num modelo de atenção que precisa da doença para atingir metas.
Conclusões e/ou Recomendações O resgate do modo de fazer saúde no território, através de ações de promoção e prevenção, embasados na atuação comunitária para além do setor saúde, como objetivo político, sofreu um processo de desmonte, o que envolve a desvalorização do trabalho do ACS. Diante disso, urge a necessidade de se resgatar, junto à categoria, um fazer saúde baseado no conceito constitucional, que não se limita ao modo de produção da doença.
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