Sessão Assíncrona


SA12.6 - EPIDEMIOLOGIA, DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44536 - EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, DE 2014 A 2019.
MARIANNA MENEZES DA SILVA - UFF, NATHALIA ROCHA DE OLIVEIRA - UFF, FELIPE GUIMARÃES TAVARES - UFF


Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. A população privada de liberdade (PPL) possui um risco de adoecimento 28 vezes maior quando comparada a população geral, sendo extremamente necessária a adoção deestratégias e ações de saúde para o controle da TB direcionadas a este grupo.

Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico de casos novos de tuberculose na população privada de liberdade no Estado do Rio de Janeiro (RJ) no período de 2014 a 2019.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, com delineamento transversal. Foram utilizados dados secundários de notificação de tuberculose do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) cedidos pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES) para os anos de 2014 a 2019. A partir dos casos novos de TB, foram calculadas as taxas de incidência no período e as proporções dos casos novos segundo características sociodemográficas e clínicas. Ademais, foram apresentadas as proporções de casos segundo situação de encerramento.

Resultados
Foram notificados 6.272 casos novos de TB na população do estudo. A taxa de incidência aumentou no período analisado passando de 499 para 3810 casos a cada 100.000 indivíduos privados de liberdade. Quanto ao perfil sociodemográfico, 98,0% dos casos novos de TB foram do sexo masculino, 94,2% na faixa etária de 20 a 59 anos e 38,5% classificados na categoria de raça/cor parda. A forma clínica prevalente foi a pulmonar (95,7%). Sobre a coinfecção com o HIV, 58,1% não realizaram testagem para o HIV. O percentual de abandono quase dobrou, passando de 16,9% para 28,4%, nos anos 2014 e 2019, respectivamente. O percentual de cura também piorou ao longo do período, passando de 68,2% para 46,6%.

Conclusões/Considerações
A PPL apresentada é conhecida como vulnerável. Observa-se um considerável aumento na incidência da doença ao longo do período estudado. Além disso, os percentuais de cura e abandono são preocupantes e desafiam o controle epidemiológico da doença a nível nacional, fomentando a implementação de medidas para esse grupo de forma a impactar nos indicadores gerais da doença no país.